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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Experiência antiética foi realizada em 1940 com deficientes mentais para descobrir o que causava a cárie

Você tem consciência de que todo e qualquer medicação vendida nas farmácias já teve que ser experimentada em animais e depois em humanos?

Esse fato você com certeza sabe, mas como foram realizados esses experimentos talvez você nunca tenha ideia ou imaginação suficiente para conjecturar.

Houve uma época, por exemplo, que empresas de doces e dentistas se uniram para desenvolver um experimento envolvendo moradores de um centro psiquiátrico na Suécia. Isso ocorreu em meados dos anos de 1940. Na época, o Serviço Nacional de Odontologia tentava reduzir a proliferação das cáries, e este era um problema sério, visto que ainda ninguém conseguia compreender o que as causavam.

Alguns diziam que era o resultado de mais açúcar na dieta nacional, no entanto, as empresas de doces tinham tanta certeza de que a culpa não era delas, que elas decidiram ajudar no estudo patrocinando o experimento. A dificuldade era encontrar alguém que quisesse servir de cobaia e além de ter que assumir uma dieta rigorosa, deveria deixar seus dentes apodrecerem literalmente.

Como obviamente não houve voluntários dispostos a oferecer sua saúde e seus dentes em nome da Ciência, os pesquisadores recorreram a outro local. Vipeholm era uma casa que hoje nomearíamos como uma clínica psiquiátrica, mas na época era conhecida como uma casa para manter aqueles que eram impossíveis de serem educados e mantidos em sociedade. Até em 1947, o governo sueco tinha feito um estudo sobre aqueles pacientes de Vipeholm para ver de que forma os suplementos de vitamina poderiam afetar a saúde deles.

O Serviço Nacional de Odontologia silenciosamente modificou o estudo feito pelo governo para ver como os dentes dos pacientes responderiam a uma dieta rica em açúcar, especialmente em doces viscosos.

As empresas de confeitaria doaram todos os chocolates e caramelos necessários. O açúcar também foi dissolvido em água e em pães. Todos os pacientes tinham as suas salivas testadas e analisadas a cada quinze minutos. O experimento seguiu por dois anos, até que cerca de cinquenta pacientes tivessem todos os seus dentes estragados. Depois, mudou-se novamente a dieta dos pacientes, e foi incluído alimentos ricos em hidratos de carbono, o que mostrou que a taxa de cavidade nos dentes diminuiu.
Pacientes de Vipeholm. Foto: Domínio Público

Ao ser constatado a responsabilidade das empresas de açúcares e guloseimas, as mesmas ainda tentaram retardar a publicação do estudo e fizeram todos os empecilhos possíveis para que a sua culpa não fosse exposta publicamente. Quando os resultados foram finalmente publicados, houve muito mais alarde com o fato do estudo ter sido atrasado, o que geraram acusações de que as empresas queria “comprar” funcionários públicos, tentando mostrar para as pessoas que a causa da cárie era uma dieta exagerada em açúcares e não seu consumo moderado.

A experiência, cientificamente falando, foi com certeza um sucesso na medida em que foram comprovados os resultados, e estes foram claros e indiscutíveis. Este sucesso foi importante, pois representou ter sido a maior pesquisa já realizada na Suécia, até aquele momento. Mais de 600 pacientes fizeram parte do estudo, no entanto até 1990, ninguém havia questionado a falta de ética por trás dos procedimentos tomados para a realização do estudo.

Embora a pesquisa, por razões óbvias, tivesse ganhado uma reputação negativa a partir do século XX, há estudos que ainda citam a experiência sueca.

Via Jornal Ciências

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